Mais uma aventura do The Running Couple, desta vez em Albergaria da Serra.

Adoramos as Montanhas Mágicas para trails (conjunto montanhoso formado pelas serras da Freita, Arada e Arestal; e o maciço do Montemuro, dominado pela serra do Montemuro, a oitava maior elevação de Portugal Continental). Mas na Serra da Freita ainda só tínhamos feito os Passadiços do Paiva numa fase mais calma da nossa vida.

O PR7 ARC Frecha da Mizarela estava na lista desde que começámos a usar os PR para correr na natureza. Mas nunca o fizemos. Por um lado, havia relatos de que era muito perigoso no inverno e não ia surgindo a oportunidade noutras alturas do ano, por outro, tornou-se demasiado curto (7,5 Km) para o que nos habituámos.

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Mas num dos fins de semana do agosto escaldante que tivemos, resolvemos fazê-lo porque aquela zona prometia temperaturas convidativas (um máximo de 24 graus) e era relativamente perto de onde estávamos.

Para aumentar a distância, combinamos o PR7 com o PR16 ARC São Pedro o Velho e foi por este que começámos. A partir do Miradouro da Frecha da Mizarela – onde captamos o momento do nascer do sol - apanhamos um trilho não sinalizado (com a ajuda da wikiloc) que, poucos km mais à frente, intercetava com o PR16 levando-nos ao segundo ponto mais alto da serra da Freita (1077 m), ao miradouro que dá nome ao trilho e onde temos uma visão esplêndida de 360º sobre todo o complexo das Montanhas Mágicas.

Ao começar pelo percurso ascendente, fizemos a parte mais difícil nas horas mais frescas e conseguimos as melhores vistas com um leve toque do fenómeno tão procurado em montanha: ficar acima das nuvens. Até à interceção com o PR7, já na Albergaria da Serra depois de passar a praia fluvial, o percurso até é bastante “corrível”, algum ganho de elevação mas com poucos troços técnicos. Contrastando em absoluto com o segundo PR que é feito literalmente em escarpas que formam um semi circulo em torno da Frecha da Mizarela, uma cascata imponente de 75 metros de altura.

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O percurso feito neste sentido proporcionou muita escalada em rocha que a descer teria sido menos interessante (a maioria das pessoas parece fazer este trail no sentido inverso, descendo desde o Merujal). Foi magnífico, muito técnico e a um ritmo que não esperávamos tomando-nos muito mais tempo do que o calculado para a distância.

No final, tivemos de prescindir do desvio até a base da frecha da Mizarela para não falhar a hora do check out no Hotel, mas regressámos logo a seguir, depois de ter almoçado – numa esplanada fantástica, mesmo ali em frente, com vista para a serra - o pequeno-almoço que nos tinham deixado como merenda por termos saído muito antes do horário em que o mesmo é servido aos hóspedes. Fizemos o desvio que surge pouco depois do miradouro, 500 m para baixo e outros tantos para cima, num “trilho” que mais não é do que o fundo muito irregular e pedregoso do leito de uma ribeira ou queda de água nos tempos de muita chuva. Mas valeu a pena pelo mergulho nas piscinas naturais que lá estavam, bem escondidas, mesmo no fundo da cascata mais alta de Portugal Continental.

Setembro ainda será um bom mês para fazer esta experiência. Fica a sugestão de rentrée para os leitores da Pro Runners Magazine!

SÃO PEDRO VELHO E FRECHA DA MIZARELA

Trail tabela

tabela travel

Veja também:

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Subida ao pico Morézon (Sierra de Gredos)

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Maxirace Madeira

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