Está na altura de planear um trail nas Montanhas Mágicas o qual deve acontecer, com rigor, entre a 2ª e a 3ª semana de maio. Porquê tanto rigor? Para apanhar o manto lilás e amarelo que cobre as Serras e que proporciona um cenário fantástico, para quem gosta de correr na montanha.
O primeiro trail que partilhamos convosco “Percurso da Cabra e do Lobo e Caminho onde o morto matou o vivo” fez parte desta nossa incursão pelas Montanhas Mágicas nesta mesma altura do ano, na nossa opinião, a que deixa a serra mais bonita. O fenómeno deve-se à época de floração de duas espécies vegetais que por ali dominam o terreno: a urze (lilás) e a carqueja (amarelo). O verde vem por “acréscimo” e completa o cenário idílico e imperdível na primavera.
O segundo trail que fizemos nessa parte do país e no começo da 2.ª semana de maio foi o percurso oficial “Drave, a Aldeia Mágica”.
Mas não avancemos sem apresentar as Montanhas Mágicas. No site desta marca registada, com o mesmo nome, ficamos a saber que “As Montanhas Mágicas® abrangem as serras da Freita, Arada e Arestal, pertencentes ao maciço da Gralheira, e a serra do Montemuro, inserida no maciço com o mesmo nome”. Drave fica na Serra da Freita e o percurso começa em Regoufe.
Montanhas Mágicas: não dá vontade de “largar tudo” e ir correr por aqui já hoje?
No percurso de regresso há a tendência de continuar pelo caminho principal, pelo que há que ter atenção o sinal localizado antes da descida para Regoufe,
sob pena de se sair do trilho e de se continuar a subir sem destino
Depois de cruzar a aldeia de Regoufe (que parece ter parado no tempo) e a sua pequena ribeira, surge a parte mais difícil do percurso, uma subida íngreme e pedregosa, muito técnica. Com sorte, ainda partilham o caminho com um dos rebanhos de cabras da aldeia que utiliza o mesmo percurso, como nos aconteceu.
Cada subida leva-nos à descoberta de um ponto alto onde uma nova magnífica vista nos espera, mesmo quando progredimos pelo caminho errado!
Na pequena cascata e sua lagoa, na Drave, são imperdíveis uns minutos de descontração
Chegando ao topo, abre-se a tela do cinema! A paisagem é grandiosa, aberta e lindíssima. O trilho não tem arvoredo nem vegetação de grande porte não havendo, por conseguinte, sombra alguma (atenção aos dias de muito sol) mas com tempo primaveril é amigável para corrida. Sempre a descer até Drave (no regresso, sempre a subir, claro), vamos encontrando muita pedra solta mas consegue-se fazer o troço a bom ritmo.
Montanhas Mágicas: a paisagem em anfiteatro é de cortar a respiração, de tão grandiosa e deslumbrante
Chegados a Drave, quem quiser poderá explorar a aldeia que está abandonada e serve agora como retiro para os Escuteiros. Tem uma cascata lindíssima e uma piscina natural onde se pode mergulhar com segurança.
No regresso, é preciso ter cuidado com a placa que fica no topo da subida inicial (a dos rebanhos), se a perdemos, temos a tendência de continuar pelo caminho principal e arriscamo-nos a subir, subir e a ver a aldeia de Regoufe ficar cada vez mais longe, até nos convencermos de que não pode ser por ali…foi o que nos aconteceu o que acabou por acrescentar uns bons 4km e mais uns 300 metros ao desnível acumulado.
Mesmo assim, valeu a pena porque quanto mais se sobe, maior é o desafio e, neste caso, prolongamos o filme de sonho em que entramos.
Percurso simples em estradão, permite disfrutar em pleno da paisagem de cor lilás da urze, salpicada pelo amarelo da carqueja. Ao longo de todo o percurso, o trilho não tem arvoredo nem vegetação de grande porte, não havendo sombra alguma, pelo que há que ter atenção aos dias de muito sol
A SABER...
Combinação perfeita para um fim-de-semana (alargado) memorável!
Veja também:
- Ruta del Cares, Picos da Europa