Foi no dia 14 de abril de 2018 que este grupo se ergueu fruto da decisão que 51 atletas tomaram de saírem do Clube Futebol “Os Belenenses”, no qual estavam filiados, por desacordo com as novas regras impostas pelo clube a meio da época desportiva. E como se costuma dizer “quando se fecha uma porta, abre-se uma janela”, estes atletas não cruzaram os braços e rapidamente uniram esforços para não ficarem parados.

Com o objetivo de “participar nos grandes eventos realizados pela Federação Portuguesa de Atletismo, Associação de Atletismo de Lisboa e Câmara Municipal de Oeiras com os melhores resultados possíveis, mas também proporcionar a todos aqueles que querem fazer atletismo sem objetivos de marcas/resultados as melhores condições possíveis para a prática do mesmo”, a Associação Run Tejo já conta com 140 associados (90 homens e 50 mulheres), cujo atleta mais novo tem 6 anos e o mais velho 78.

“Todos os atletas são recebidos da mesma forma, por isso não sentem que são melhores ou piores que os outros. Recebemos toda a gente, mas logo com uma indicação: é proibido falar de política, futebol, raças ou religião para não haver problemas como já existiu noutros grupos”, contou Carlos Freitas, vice-presidente Desportivo da Associação Run Tejo.

Todas as semanas se juntam para treinar e os treinos dividem-se entre a formação, na pista da Escola Luís de Freitas Branco (Paço de Arcos) com a ajuda da professora Rita Rosa, do técnico Rafael Khuriyeh e do adjunto Tiago Velez; e os Sub-18, Sub-20, Seniores e Veteranos na pista do Estádio Nacional (Jamor) com o apoio do técnico Carlos Freitas, da adjunta Cláudia Borralho e do adjunto Jorge Silva.

A carga horária dos treinos depende das idades e do nível dos atletas. “Na formação podemos ter atletas a fazer 2/3 por semana e nos adultos pode ir de 4/5 a 8/9 treinos semanais (temos atletas que fazem bidiário). Fazemos praticamente todo o tipo de treino (Estrada, Pista e Corta-mato), mas depende da altura da época e dos objetivos do clube/atleta”, referiu.

Sobre a motivação que os leva a juntarem-se todas as semanas para treinarem, Carlos não tem dúvidas: “É saber que depois de sair do trabalho, temos um grupo de amigos à nossa espera para podermos treinar e aliviar o stress do dia trabalho. Para aqueles que têm objetivos, a motivação é treinar para tentar alcançar outras metas.”

“O espírito que vivemos neste grupo é único, simplesmente fabuloso… Independentemente da competição interna que existe entre os nossos atletas (que é saudável), eles ajudam-se mutuamente para que o resultado da equipa ou do atleta seja o melhor possível. Muitas vezes o atleta em melhor forma física termina a sua prova e vai à procura de outro que ainda está a correr para o ajudar”, contou.

E a comprovar que correr em equipa dá frutos está a representatividade que a Run Tejo tem pelas diversas competições de norte a sul do país, não fosse participar entre 50 e 60 provas por ano, de preto e branco ao peito.

“Só nesta época, que começou a 1 de novembro, o clube já participou com um grande número de atletas em 20 provas, como por exemplo: as São Silvestres (Lourinhã, Barreiro, Ponta Delgada, Seixal, Beja, Lisboa e Amadora); no Corta-Mato de Abertura (AAL), Corta-Mato Torres Vedras e Campeonato Nacional de Corta-Mato Longo (Amora); 10 km e Meia Maratona dos Descobrimentos; Provas do Troféu de Oeiras (GP Cruz Quebrada, GP Valejas e GP Queluz de Baixo); Grande Prémio de Natal; Milha de Queijas (Oeiras); Campeonato Nacional de Milha e 10 km (Tomar); Corrida do Adepto – 10 km (Leiria) e em várias provas de pista em Lisboa e Torres Vedras”, referiu Carlos Freitas.

“Este ano já tivemos excelentes resultados coletivos e individuais, onde destaco o título de Campeão Nacional Sub-20 de 10 km do Evandro Pires, em Tomar”, frisou.

E se são muitos os atletas que passam por este grupo de corrida, muitas são as histórias que também marcam os elementos da Run Tejo, particularmente o vice-presidente: “a história que mais me tocou foi a de uma atleta já com alguma idade que não conseguia correr devido ao peso e alguns problemas de saúde que tinha. Veio para o grupo e ao fim de uns meses conseguiu correr uma prova do troféu de Oeiras praticamente sempre sem parar! Chegou ao fim e começou a chorar porque não só tinha realizado um «sonho», como também ainda tinha contribuído com pontos para o clube! Foi fantástico”, relembrou.

Com olhos postos no futuro, a Run Tejo espera que a formação e os grupos de competição continuem a tentar os melhores resultados a nível regional, nacional e, quem sabe, até internacional. Já para os “runners”, o objetivo é fazer com que sejam felizes e que tenham saúde a correr!

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Localidade: Lisboa
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Site oficial: www.runtejo.pt