Os atletas portuguesas terminaram a prova em 5.º e 6.º lugares, respetivamente.

Que prestação da dupla de triatletas portugueses! Apesar de todas as incertezas da realização da prova de triatlo em Paris e dos triatletas já estarem apostos na madrugada desta quarta-feira, a mesma  aconteceu esta manhã, após a competição feminina, arrancando com o segmento de natação, por volta das 10h00. À saída da água, Vasco Vilaça estava em 26.º lugar e Ricardo Batista em 28.º.

Seguiram-se os 40 km em bicicleta, onde os triatletas lusos ocuparam sempre o pelotão da frente e terminaram em 18.º (Ricardo Batista) e 24.º (Vasco Vilaça).

Nos 10 km de corrida, a "gestão" foi a palavra de ordem para Vasco Vilaça que estava em 12.º à entrada da terceira volta, mas recuperou de forma impressionante e fez o resto da prova ao lado do seu companheiro de equipa, Ricardo Batista, que à entrada para a última volta estava em 6.º lugar a quatro segundos da medalha de bronze.

Os dois triatletas nacionais terminaram a prova lado a lado com um histórico quinto e sexto lugares, garantindo assim dois diplomas olímpicos para Portugal. O pódio ficou a cargo do britânico Alex Yee em 1.º, do neozelandês Hayden Wilde em 2.º e do francês Léo Bergere em 3.º.

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No final da prova, Vasco Vilaça sentiu uma indisposição, fruto das altas temperaturas e da muita humidade, e teve de ser assistido no centro médico da organização. Já recuperado, falou à comunicação social e não escondeu o orgulho da sua prestação: "Foi uma prova com bastantes dificuldades, começando com a incerteza de quando iriamos fazer a prova, depois o calor, a chuva... Mas adaptámo-nos a tudo, correu muito bem e estou muito feliz por ter terminado com o Ricardo e ter cnseguido dois diplomas olimpicos para Portugal."

À semelhança do que aconteceu na prova feminina, as ruas de Paris estavam cheias de pessoas a apoiar, algo que faz a diferença na hora de dar uma força extra aos atletas durante a competição.

"Foi uma experiência espetacular, primeira vez nos Jogos Olímpicos, adorei toda a envolvência... Acho que é sem dúvida um dos sítios mais bonitos em que podíamos ter competido, cheio de gente. Cada vez que passava a transição ficava com os ouvidos a fazer um zumbido por causa do barulho no percurso todo. Sem palavras", feriu Vasco Vilaça.

Ricardo Batista admite que o final da corrida foi difícil de gerir, no entanto confessa: "Ver o Vilaça a recuperar foi sem dúvida o que me deu a força extra para aguentar aqueles dois últimos quilómetros e meio e era a melhor companhia que podia pedir para terminar os últimos metros de uma prova como esta. É um resultado que nunca mais vou esquecer na minha vida, nos meus primeiros Jogos Olímpicos conseguir um 6.º lugar é excecional."

Dia 5 de agosto, segunda-feira, os triatletas entram novamente em ação com as suas companheiras de equipa, Maria Tomé e Melanie Santos, na prova de estafetas mistas.

Foto do interior: José Sena Goulão/Lusa/COP

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Márcia Dores