Carlos Lopes homenageado com apresentação de obras literárias
Entre familiares, atletas, dirigentes e muitas mais personalidades do desporto, o atual presidente do Comité Olímpico de Portugal, Artur Lopes, foi o primeiro a intervir, lembrando o “principal responsável” pela criação das obras. “O homem que teve a grande vontade, juntamente com o Carlos [Lopes], de ter esta grande iniciativa, de levar ao conhecimento de Portugal quem é este homem, de como foi a sua vivência e de como conseguiu construir tudo à sua volta, foi José Manuel Constantino.”
“Conheço o Carlos Lopes desde os tempos do Sporting e conheço bem a história, a vida e o trabalho dele. Tem uma capacidade física, uma capacidade de treino e de trabalho e uma perceção do seu corpo incomparável. Muito obrigado por tudo aquilo que deste a Portugal”, afirmou Artur Lopes, que terminou a pedir um momento de silêncio em memória de José Manuel Constantino.
Convidado também a intervir, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, elogiou o primeiro campeão olímpico português. “Carlos Lopes é um nome incontornável. Para chegar onde ele chegou, o caminho nunca foi fácil. Não é apenas um campeão olímpico, é um herói nacional porque tem, como poucos, os valores que gostamos de ver associados ao nosso povo. É um retrato fiel do que significa ser português, na determinação, na força e na humildade. Ao longo da sua carreira teve oportunidade de se vangloriar, mas foi sempre um homem simples. É isso que hoje reconhecemos.”
As obras foram apresentadas por Luís Marques Mendes, a convite de Carlos Lopes, que revelou ter sido surpreendido quando o próprio o convidou.
“Há 40 anos, Portugal era ainda um país muito pobre, estávamos então num período muito negro, socialmente falando. Num tempo de falta de esperança, que era o que acontecia, a vitória de Carlos Lopes foi uma vitória da esperança, deu ânimo a Portugal. Não foi apenas a vitória de um homem, mas de um país. Não foi apenas uma vitória desportiva, mas também nacional. Os portugueses estão, por isso, eternamente gratos pelo seu esforço, pela sua medalha e pelo seu exemplo”, recordou o antigo ministro.
O autor de “Carlos Lopes – Provas, Recordes e Medalhas”, Rogério Azevedo, foi curto na sua intervenção. “Este livro foi escrito por mim, mas foi escrito sobretudo pelas pernas, pelos pulmões e pelo coração de Carlos Lopes. Foi escrito por amor ao olimpismo, em primeiro lugar, à escrita e também ao Carlos [Lopes].”
“Gostaria de evocar o professor José Manuel Constantino, que, em conversa com o Carlos Lopes, achou estranho e, eu direi, injusto, que alguém com a vida como a dele não tivesse um lugar que contasse a sua história. Com a sua sensibilidade, o professor José Manuel Constantino ligou dizendo que tínhamos de parar a falha histórica, ao escrever um livro para o Carlos Lopes”, relatou António Simões, autor de “Carlos Lopes – Lenda Nunca Assim Contada”, antes de relatar várias as histórias agora inscritas na sua obra.
O campeão olímpico em Los Angeles 1984 finalizou a sessão com uma palavra para o falecido presidente do Comité Olímpico de Portugal, José Manuel Constantino, referindo que “sem ele, os livros nunca teriam sido escritos”.
“O meu objetivo era dar a conhecer às pessoas a minha história. Achei que valia a pena”, explicou Carlos Lopes, despedindo-se dos presentes com “viva o Desporto e viva Portugal”.
Foi tempo de também recordar as imagens do momento em que Carlos Lopes recebeu a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Los Angeles 1984 ao som do hino de Portugal.
Seguiu-se uma sessão de autógrafos pelo próprio Carlos Lopes às obras que enternizam o seu legado.
Fonte e foto: COP